Não é uma regra, mas a maioria das mulheres que passam por uma gestação em algum momento se sentem cobradas pela ‘volta do corpo antes da gestação’. Comigo não foi diferente... depois da minha gestação eu entrei em uma busca inconstante pela magreza.
Com 45 dias pós-parto a obstetra me liberou para fazer atividades físicas e então eu comecei numa excessividade de cardios... ia para a academia, fazia caminhadas leves na esteira com duração de 40 minutos, 1 hora...no final do dia mais uma hora de caminhada, e depois de um tempo a caminhada progrediu para a corrida. No mínimo duas horas por dia de corrida, cardio, e abdominais, afinal, na minha cabeça era só disso que eu precisava para ‘ser magra’ e ‘ter o corpo de antes’.
Minha rotina era resumida a correr: na academia, na rua, ou no campo que tenho em casa. Eu só queria mais: sempre dava para secar mais. Fazer mais cardio. Gastar mais calorias. Comer menos... além de ainda estar amamentando.
Essa compulsão pela magreza pós parto me custou momentos com pessoas que eu amo, me custou amigos, me custou saúde... eu adoeci e não percebi.
De abril de 2019 a maio de 2020 eu vivi nesse looping: querer ser sempre mais magra. Eu me olhava e não enxergava como eu realmente estava. Muitas vezes era a distorção de imagem falando. A obsessão pela magreza. Quando estamos dominados pela distorção é extremamente difícil enxergar a realidade, inclusive, muitas vezes a negamos, aliás, é mais fácil negar do que enfrentar.
Demorou...mas eu quis melhorar. Eu comecei a entender meus gatilhos, eu amadureci. Hoje olho fotos antigas e penso: ‘’MEU DEUS, ESSA SOU EU?’’ e sim, sou eu...antes de querer realmente mudar! Eu jurava que era saudável por ser “fitness demais’’.
O transtorno passou! Ele é passado e não está mais aqui!