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Um pouco sobre meu livro

Não existe uma medida certa para os sonhos. E se nunca arriscarmos nunca vamos saber até onde podemos chegar.

Lidiane Lobão
Por: Lidiane Lobão
30/09/2021 às 12h55
Um pouco sobre meu livro
Livro Além do Rio Azul

Escrever sempre foi algo fascinante para mim. E embora tenha convicção de que estou sempre buscando melhorar, acredito que a escrita traz revelações que podem surpreender o leitor. 

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Nesse post, quero apresentar meu novo livro. Disponível apenas na Amazon.  

Aí você se pergunta: 

De novo?  Outro livro? Onde ela quer chegar com isso?

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Não existe uma medida certa para os sonhos. E se nunca arriscarmos nunca vamos saber até onde podemos chegar.

O medo de ousar, de tentar e de arriscar tem aprisionado muitos sonhadores em seu conformismo, e comodismo. O medo de expressar os pensamentos, de ser humilhado, ou rejeitado. O medo de errar.

Por isso é necessário vencer o medo de ousar, de apostar em seus projetos, e de batalhar por aquilo que você acredita.

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Se errar, tente de novo. E quantas vezes for necessário. 

Um pouco sobre meu Livro.

Além do rio azul

Diferente dos outros dois livros (Terra Estranha, e Pássaros e Anjos) em que a história é ambientada em cidades e lugares fictícios.  O livro, Além do rio azul, se passa aqui mesmo, em nossa cidade, Coroatá, com personagens baseados em pessoas que conheço, e que já passaram pela minha vida em algum momento.  Pode ate ser você!

Pois bem, pra descobri se você está mesmo na história vai ter que baixar o livro (fazer downloads) no site da Amazon e ler!

Mas não se preocupe, logo, logo teremos livro físico.

“A história retrata a infância, adolescência e juventude de Liriel, suas decepções, perdas, e sonhos vividos ao longo dos anos. Você verá que será muito fácil se apaixonar pela vida e a personalidade de Liriel. Nessa caminhada de descobertas ela se sentirá maravilhada pela beleza do rio azul, e encontrará nos poemas e na sua imaginação uma alternativa para não olhar para trás.”

Só pra aumentar um pouco mais a curiosidade deixarei aqui um trecho do primeiro capitulo. 

Uma marca permanente

1988.

Cidade de Coroatá, bairro areal.

O vapor subia do fogão a lenha, mas não tinha cheiro de nada. Era só água fervendo. Cleia preparou uma tigela de plástico, jogou algumas folhas verdes de capim e limão dentro da tigela e completou com água quente. 

Chamou as crianças. 

Mas só o cachorro veio achando que teria algo de especial para comer, o coitado abanou o rabo murcho e perebento num triste entusiasmo. Era feio e triste feito a peste, magro com as costelas salientes e pelo opaco e sem brilho. Os olhos eram de uma melancolia profunda, como se clamasse por um socorro oculto, mesmo assim ele acompanhava cada passada de seus donos com a carência de uma criança em busca de colo.

Cleia Maria, mulher jovem de aparência simples e mal cuidada, expulsou o cão a pontapés e o animal saiu mancado com o rabo entre as pernas choramingando. Um garotinho de calções caídos que estava na porta lateral da cozinha começou a jogar pedras nele até que o pobre cão sem opção fugisse para os fundos do quintal. 

O garoto sorriu com a brincadeira severa como se a maldade aumentasse seu ego de pequeno homem da casa.

— Chame seus irmãos. — ela pediu sem ao menos olhar para ele, enquanto ajeitava a pequena mesa de pernas tortas para o café.

A cada movimento ela ajeitava a roupa curta demais que mal cobria o corpo, o cabelo era de um negro cinzento desprezado, de onde mal dava de enfiar os dedos, ela tinha um rosto moreno faceiro, e belos olhos escuros. Ultimamente eles andavam baixos e caídos pelo peso de um inchaço, ela mal conseguia erguer as pálpebras. Foi quando aquela mão peluda pousou em seus ombros sem nenhuma delicadeza. Ela estremeceu por um leve pavor.

— Não tome o chá das crianças.  — ela pediu ao homem — passaram o dia sem comer nada, se não fosse pela bondade da dona Lurdes eu nem sei.

— Os meninos estão bem, são crianças, não precisam de muito. Ande, me dê algo descendente para comer.

Cleia não tinha nada se não um pedaço de bolo de trigo que dividiria com as crianças logo à tardinha, e um pouco de farinha de puba. Mesmo assim refogou a farinha no azeite de coco e deu ao homem com um pouco de chá de erva de capim e limão, por que o pó de café havia acabado há três semanas. 

Minutos depois ele também comeu o bolo sem que ela visse. 

Quando descobriu ela explodiu de raiva, e mesmo lutando contra aquela vontade infame de jogar água quente no homem, ela esperou ate que seu coração parasse de acelerar, manteve os punhos fechados enquanto mordia os lábios com tanta força que era capaz de fazê-los sangrar. 

O homem moveu-se para perto e a agarrou por trás buscando afago para seus desejos carnais insaneáveis, ela se contorceu.  Embora partilhasse do mesmo impulso.  Contudo, estava quebrada demais por dentro para sentir. Ele a puxou pelos cabelos e ela deu um estremecido gemido. O garoto que havia retornado correu de volta para o quarto, — sempre que sua mãe tinha alguém ele se escondia e fechava os olhos para não ver. 

Cleia novamente se esquivou, e com dois empurrões afastou-se das mãos ásperas do homem. A expressão de seu companheiro rapidamente mudou e ele lhe agarrou, machucando seu braço. Cleia Maria tentou se desvencilhar e ele a acertou bem no meio das costas. Ela inclinou o corpo para baixo forçando uma respiração pesada, mas não chorou.

O cão que havia voltado de repente estava agora deitado no chão da cozinha, tão encolhido e embolado feito um caracol. Mas não reagiu.

No canto, a espreita, a pequena menina de cabelos rebeldes e rostinho miúdo feito uma formiga, mal acabara de acordar depois do irmão a ter sacudido dezenas de vezes para que se levantasse, os menores ainda se reviravam na cama, e a mais velha, sabe Deus onde estava. 

— Por favor! — Cleia pediu. 

O homem a acertou de novo.  

A menina  parou no canto da parede esfregando os olhos e já se deparava com a mãe inclinada sobre a mesa, a pequena criatura que não sabia o peso do medo e nem o valor da coragem correu com suas perninhas curtas para acudir a mãe de mais ataques, mas tropeçou no cão sardento e caiu, batendo o rosto contra o fogão de barro. 

Não foi o impacto que quase matou a criança, mas a maneira como a panela estava mal posicionada na lenha, no fogo em brasas ardentes, fazendo com que toda a extensão do líquido borbulhante caísse sobre as costas expostas da menina. 

Ela só tinha três anos.  

E gritou de dor até desmaiar.

AGRADEÇO AQUELES QUE TIRARAM UM TEMPINHO PARA LER.

Lidiane Lobão

Intagram: @lidianelobao

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