Publicidade

Um toque de poesia com o poeta Raimundo Manoel de Araújo

Nascido em 30 de janeiro de 1946, o poeta coroataense teve uma infância difícil, foi alfabetizado por um professor leigo contratado pelo pai, que improvisou uma sala de aula em sua própria casa

Lidiane Lobão
Por: Lidiane Lobão
18/10/2021 às 15h18
Um toque de poesia com o poeta Raimundo Manoel de Araújo
Poeta Raimundo Manoel

A cama do quarto que dormia

Continua após a publicidade

Hoje vive vazia

Lá, grandes momentos foram vividos;

Sussurros, fungados e gemidos,

Continua após a publicidade

Acabou-se a alegria

Tudo aquilo já acabou

Só a lembrança ficou

Continua após a publicidade

E a velha cama vazia.

...

 (Fragmento do poema Cama vazia,  de Raimundo Manoel de Araújo)

Este é um dos muitos poemas que compõe uma coletânea inteira de poesia escrita pelo ilustre poeta coroataense Raimundo Manoel.

Nascido em 30 de janeiro de 1946, o poeta coroataense teve uma infância difícil, foi alfabetizado por um professor leigo contratado pelo pai, que improvisou uma sala de aula em sua própria casa; banco feito de toras de madeira roliça era seu lugar de estudo. 

Ainda menino sempre sonhou em melhorar seus conhecimentos. Completou o primeiro grau no conceituado “Colégio 28 de julho”, partindo para a segunda fase do primeiro grau( Ginásio) que fez através  de um curso acelerado, cujas avaliações eram feitas em Teresina- PI, e onde recebeu certificado de conclusão do hoje ensino fundamental. Continuou estudando, fez curso técnico em contabilidade no Centro Educacional Joao XVIII, Coroatá-MA, anos depois através de concurso público entrou para o serviço público federal (antigo INAMPS) no qual trabalhou 16 anos, saindo voluntariamente. Hoje, como autônomo, exerce atividades comercias. 

Na sua mais nova obra, antologia dos meus setenta anos, o poeta descreve detalhes importantes desde o seu nascimento no povoado Barriguda( Barragem), em 1946 até 2016. Além de transformar em belíssimos e inspiradores poemas cada página inesquecível de sua vida e de sua cidade.

“Quando criança eu lia e achava muito interessante a literatura de cordel, mas o tempo passou e eu não me envolvi como gostaria com a literatura, só depois do ano 2000, é que tentei escrever algumas poesias, com isso me veio o desejo de escrever um pouco mais, o que me motivou a publicá-los. Apesar de três livros publicados eu não me considero um poeta, nem um sonhador, eu sou apenas um escritor de poesias raízes. Minhas poesias são curtas e singelas.   E Sempre parto de um ato ou de um fato para então eu desenvolve-las. Eu costumo dizer que as minhas poesias são informativas, pois no final da leitura você entende que estou passado uma mensagem referente a algum fato  ou algum ato que aconteceu” — disse o poeta Raimundo Manoel.

Além do livro antologia dos meus 70 anos, o poeta também escreveu:  Legado, poesia e companhia, e Civilização Coroataense, onde ele conta alguns fatos históricos sobre a cidade de Coroatá.

 Aproveito o artigo, para homenagear este ilustríssimo poeta que tocou meu coração com suas palavras e sua história.  Um exemplo de persistência e paixão pela poesia, pela cultura, e por sua Cidade.

Por isso deixo aqui mais um poema:

Tudo começou comigo

Ao nascer no vale do rio Pirapemas,

Sou um nordestino da gema

Um filho amado e querido.

 

No casamento não fui bem sucedido.

Filho de um bravo agricultor,

Com dificuldade, sou poeta e escritor.

Agradeço, por Deus sou protegido.

 

Hoje, já um septuagenário.

Vivo em casa como solitário, 

Há espera de algum amigo.

Vivo só sem ter ninguém,

Sou mensageiro do bem,

Deus me livra do perigo.

(Poema, Mensageiro do bem, de Raimundo Manoel de Araújo)

Gostou do artigo?

Lidiane Lobão

Intagram: @lidianelobao

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários