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Furação Milton pode inaugurar nova classificação de superfuracões

Mantido o ritmo de intensificação, seus ventos podem atingir a Flórida com velocidade superior a 300 km/h

Redação
Por: Redação
08/10/2024 às 22h40
Furacão Milton se aproxima da Flórida — Foto: CIRA/Universidade do Colorado

Depois de se tornar o furacão com a intensificação mais rápida de que se tem registro, Milton volta a fazer história antes mesmo de tocar o solo da Flórida, o que deve ocorrer na quarta-feira. Ele pode adicionar uma nova categoria máxima à escala que mede o poder destrutivo dos furacões, a de número 6, com ventos superiores a 307 km/h.

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Num estudo publicado este ano no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), cientistas propuseram a criação de uma categoria 6 para classificar os furacões mais poderosos, que têm se formado em decorrência do aquecimento do mar associado a mudanças climáticas. Milton se adequa à perfeição à descrição dos cientistas.

Se nada mudar, ele será mais destrutivo do que o Helene, um furacão categoria 4 (ventos de 225 km/h), que atingiu a Flórida e a Carolina do Norte há duas semanas e matou mais de 200 pessoas.

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O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) prevê que Milton chegará à Flórida na categoria máxima atual, a 5, com ventos superiores a 250 km/h e danos potencialmente catastróficos. Mas tem características tão explosivas que poderá passar dos 300 km/h. Milton se alimenta das águas excepcionalmente quentes do Oceano Atlântico, que continuam a lhe dar energia.

Segundo o NHC, a chance maior de o furacão perder força será a instabilidade dos ventos no Golfo do México. Furacões precisam de ventos “organizados” para se formar e se manter poderosos. Ventos instáveis podem desorganizar o furacão, que nada mais é do que um colossal sistema de tempestades.

Mas, por enquanto, Milton segue causando preocupação. Imagens captadas pela Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) na segunda-feira deixaram meteorologistas atônitos. O furacão, formado por milhões de nuvens de tempestade, girava com ventos superiores a 290 km/h em torno de um olho extremamente pequeno. O Instituto Cooperativo para a Pesquisa da Atmosfera da Universidade do Colorado (CIRA) detectou grande atividade de relâmpagos em torno do olho.

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Milton é o que os meteorologistas chamam de furacão com olho de alfinete, uma expressão enganosa. Pois, o olho pequeno, com apenas alguns poucos quilômetros de diâmetro, não quer dizer que seja menos poderoso. Ao contrário, significa que ele pode se intensificar rapidamente, se tornando extremamente letal, por serem sistemas de tempestades compactos, que concentram energia numa área menor. Isso faz com que tenham ventos mais fortes. Além disso, há maior chance de a tempestade manter sua estrutura vertical, podendo se organizar e se tornar mais poderosa.

O meteorologista Noah Bergren, da rede de TV Fox, postou em redes sociais que Milton “está se aproximando dos limites matemáticos dos efeitos da interação da atmosfera com o oceano”.

Na segunda-feira, o furacão passou da categoria 1 a 5 em menos de um dia, fato jamais registrado e o exemplo mais extremo do que os meteorologistas de intensificação rápida.

Nesta terça-feira, ele baixou para a categoria 4 (ventos de 211 a 249 km/h, danos extremos). Mas a previsão do NHC é que ele voltará à categoria 5 e poderá romper esse patamar, estabelecendo uma categoria 6. Tudo depende do padrão de ventos no Golfo do México.

Imagens captadas pelo satélite GOES-19, da Agência de Oceanos e Atmosfera dos EUA (NOAA), mostram intensa formação de nuvens de tempestade. Nuvens do tipo que podem despejar chuva diluviana e produzir tornados.

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