Uma jovem de apenas 22 anos, mãe de três crianças, que morava no bairro Novo Areal, em Coroatá, faleceu nesta quarta-feira (27) em decorrência de complicações causadas por uma infecção que começou em um dente.
Segundo relatos de pessoas próximas, a jovem, identificada como Letícia, estava há cerca de uma semana sofrendo com dores intensas e, ao buscar atendimento médico, foi orientada a iniciar o uso de medicamentos para reduzir a inflamação antes de realizar qualquer procedimento. No entanto, em casa, desesperada para aliviar o incômodo, Letícia utilizou uma tesoura para cortar um pedaço da gengiva, o que acabou agravando ainda mais o quadro.
No domingo (24), já em estado crítico, ela foi levada à UPA de Coroatá, onde deu entrada na sala vermelha com infecção generalizada e dificuldade para respirar. O inchaço havia atingido um nível que comprometia suas vias respiratórias, tornando o caso ainda mais delicado.
Mesmo com o atendimento emergencial, seu estado de saúde continuou piorando. Na terça-feira (26), Letícia foi transferida para o Hospital de Presidente Dutra e internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e faleceu na madrugada desta quarta-feira, por volta das 4h.
Diante do ocorrido, o Portal Coroatá Online conversou com o dentista Josean Veras, um dos mais experientes da cidade, que explicou os cuidados necessários para evitar complicações graves em casos semelhantes.
“O que acontece, em muitos casos, não estou me referindo a esse específico, é uma sucessão de erros. O paciente procura uma unidade de saúde, mas não é visitado por um profissional da área, e acaba apenas sendo medicado. Outros profissionais preferem não mexer em um dente bastante inflamado, o que ao meu entendimento não deveria acontecer. Mandar o paciente pra casa com dor pra tomar remédio não é o melhor caminho”, explicou Josean Veras.
Ele destacou que o manejo correto nesses casos deve incluir a intervenção imediata para tratar a causa da infecção.
“A manobra correta seria o dentista limpar a cavidade, drenar o exsudato supurativo e, se possível, tirar logo o dente, que é o causador da infecção. Daí você entra com terapia antibiótica e orientação de cuidados que o paciente deve ter em casa, como repouso, fazer a medicação e manter uma alimentação adequada”, complementou o especialista.
O caso da jovem Letícia serve de alerta para a importância do atendimento odontológico imediato e especializado, reforçando a necessidade de conscientização sobre os riscos de infecções dentárias não tratadas adequadamente.