A nova geração de Coroatá talvez nunca tenha visto ou mesmo não tenha ideia do que representa a imagem acima. A chegada do fim de semana tinha um destino certo para muitos coroataenses: toda a família se reunia e seguia até o moderno clube social da época, com quadras de vôlei, futebol e piscinas. E não eram quaisquer piscinas – elas tinham tobogãs! A diversão era garantida por várias horas. Minhas lembranças de lá não são das melhores – provavelmente pelas poucas vezes em que fui ao local. Mas o que não faltam são histórias de quem se divertia – e aprontava – na Antiga AABB, como agora é conhecida.
A Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) chegou a Coroatá por volta do ano 2000, data aproximada de sua fundação, e teve suas atividades encerradas alguns anos depois, segundo informações obtidas com sócios fundadores.
Foram bons tempos, em que até famílias com condições financeiras limitadas podiam desfrutar de momentos de lazer especial. O clube era destinado, essencialmente, aos associados, mas o famoso “jeitinho brasileiro” fazia parte da rotina de muitos lares menos favorecidos. De inúmeras formas, conseguia-se um jeito de entrar: conhecidos dando uma força, compras de carteirinhas, mensalidades mais acessíveis, e assim por diante.
O projeto da AABB em Coroatá era perfeito na teoria, e a comunidade abraçou a iniciativa com entusiasmo. Quem desfrutava aguardava ansioso pelos finais de semana. Contudo, uma combinação de fatores acabou tornando o clube insustentável. Aos poucos, o que se viu foi uma instituição que, na prática, agonizava como negócio.
A falta de organização financeira foi um dos principais fatores que arruinaram a sustentabilidade da AABB. Além disso, o crescimento econômico da época levou muitas famílias a investirem em propriedades rurais e chácaras próprias, reduzindo a procura por espaços de lazer coletivos. Outro ponto crítico foram os processos trabalhistas movidos por alguns funcionários, que buscaram garantir seus direitos na Justiça do Trabalho, impactando ainda mais a saúde financeira da entidade, que, como se pode imaginar, já estava na UTI. A soma desses fatores culminou no encerramento do clube.
Atualmente, quem deseja um momento de lazer precisa esperar o período de chuvas, quando as águas sobem e a Barragem se torna própria para banho. Este é, por ora, o único ponto de lazer coletivo de relevância em Coroatá – vale lembrar que fica na zona rural.
Seria maravilhoso contar novamente com um espaço como o da antiga AABB. Ter, mesmo que apenas nos fins de semana, um lugar para reunir amigos e familiares, criando novas memórias. Momentos que poderiam ser histórias para as próximas gerações. Para mim, foram poucos as ocasiões vividas no clube. Ainda assim, as poucas vezes em que fui me marcaram de uma maneira única, assim como acredito que aconteceu com muitos coroataenses. Tudo na vida tem seu ciclo, é uma verdade que não podemos alterar, mas bem que a AABB, como era, poderia ter ficado por aqui um pouco mais. Seria ótimo!
Agradecimentos especiais aos amigos Ednaldo Rodrigues e Carlos Ramon pela colaboração com as informações, bem como às imagens obtidas na página do Instagram Coroatá: História e Contexto!