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Suspeito de envenenar 4 pessoas “odiava” crianças e colecionava revistas sobre nazismo

Segundo o delegado Williams Pinheiro, Francisco mantinha a chave do baú pendurada no pescoço, e apenas ele tinha acesso ao conteúdo

Redação
Por: Redação Fonte: Meio Norte
08/01/2025 às 12h36
Suspeito de envenenar 4 pessoas “odiava” crianças e colecionava revistas sobre nazismo
Delegado Williams Pinheiro, da 1ª delegacia seccional de Parnaíba | Reprodução/Redes sociais

Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, foi preso temporariamente na manhã desta quarta-feira (8) sob a acusação de envenenar e causar a morte de quatro membros de sua própria família em Parnaíba, no litoral do Piauí. Em entrevista à TV Meio, o delegado Williams Pinheiro, da 1ª delegacia seccional de Parnaíba, disse que o sujeito nutria ódio pelos familiares e guardava em um baú várias revistas sobre nazismo e a figura de Adolf Hitler.

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Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, além dos dois filhos pequenos de Francisca, de um e três anos, morreram. Uma outra filha dela, de 4 anos, permanece internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Manoel e Francisca eram enteados do suspeito.

Contradições Levam à Prisão

Williams explicou o andamento das investigações, destacando as diversas contradições nas declarações do suspeito. “Francisco mudou sua versão dos fatos pelo menos três vezes durante os depoimentos. No início, ele alegou não ter consumido a refeição, depois afirmou que havia comido, mas descartado parte da comida. Essas inconsistências levantaram suspeitas sobre seu envolvimento direto no crime”, afirmou o delegado.

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“Com base nas investigações e nos depoimentos das testemunhas, concluímos que não houve acesso de terceiros à casa. A partir disso, focamos na dinâmica interna e nos possíveis conflitos familiares que poderiam ter motivado o crime”, acrescentou o policial.

Descobertas Durante as Buscas

Durante as buscas realizadas na residência em que o suspeito morava com a família, a polícia apreendeu diversos celulares, documentos e um baú trancado. Segundo o delegado, Francisco mantinha a chave do baú pendurada no pescoço, e apenas ele tinha acesso ao conteúdo. 

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“Ao abrirmos o baú, encontramos materiais escritos sobre ideologias nazistas e histórias sobre Hitler. Esse material vai ser importante para entendermos a personalidade de Francisco e as possíveis motivações para o crime”, explicou Abimael Silva.

A Dinâmica do Crime

O delegado ressaltou a cronologia dos eventos ocorridos na noite de Réveillon, quando a família compartilhou uma refeição que, posteriormente, se revelou fatal. “Após a refeição, todos começaram a passar mal. Infelizmente, quatro membros da família vieram a óbito. A substância tóxica identificada foi o terbufós, um componente do veneno conhecido como chumbinho, encontrado na comida consumida por todos”, detalhou Silva.

Francisco também foi hospitalizado no dia seguinte, mas recebeu alta após exames preliminares. “A condução dele ao hospital ocorreu horas depois de os outros membros da família terem sido internados. Esse detalhe também chamou nossa atenção, pois levantou a hipótese de ele ter manipulado a comida antes consumir. Ele só foi para o hospital quatro horas após todo mundo da família passar mal”, afirmou o delegado.

Franscico foi levado a uma unidade de saúde dentro de uma viatura da polícia. Ele começou a passar mal durante um depoimento à Polícia Civil, o que chamou atenção dos agentes que investigam a situação.

Relacionamento Familiar Conturbado

Além das evidências materiais, os depoimentos das testemunhas provam, segundo o delegado, o relacionamento complicado de Francisco com outros membros da família. “Testemunhas relataram que ele mantinha uma relação tensa com a avó das crianças e a mãe de Maria Francisca, uma das vítimas. Houve relatos de conflitos e desavenças anteriores”, destacou o delegado.

 “Estamos diante de um caso de extrema gravidade. A presença de material de cunho nazista é um elemento que será analisado com muita atenção, pois pode nos ajudar a entender melhor a mente do suspeito e as razões que o levaram a cometer esse crime bárbaro”, afirmou Viana.

Francisco está preso temporariamente por 30 dias, prazo que poderá ser prorrogado conforme o andamento das investigações. 

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