Ela é querida entre as crianças – e não é por menos – fez parte de incontáveis festas de aniversários e casamentos, e hoje é a mais requisitada entre os coroataenses, sem contar que também faz encomendas para cidades vizinhas e até para fora do Estado. Estamos falando de Alyne Maria, a Alyne Bolos, como é conhecida.
Ela é nossa segunda entrevistada na coluna #SouEmpreendedor, espaço onde mostramos exemplo de empreendedores coroataenses com seus desafios e ideias que deram certo. Confira a entrevista na íntegra.
Para iniciar, conte-nos um pouco sobre você, como é seu dia-a-dia?
R: Minha rotina é essa, muito bolo, graças a Deus. Todo dia tenho uma demanda boa de cinco, seis bolos decorados. Além desse trabalho eu divido meu tempo com a casa, tenho dois filhos, um marido que está sempre comigo e tem também o final de semana onde a demanda é muito maior. Pra começar acordo 4h da manhã, divido os horários para preparar os bolos, rechear, decorar, porque só assim os prazos são cumpridos.
Como você começou a trabalha com bolos?
R: Comecei por causa da minha vó. Ela era uma boleira muito conhecida na cidade, na verdade há 15 anos aqui em Coroatá só existia ela, a Dona Terezinha Amorim, e eu ainda bem novinha, com 9, 10 anos, já manuseava o bolo, decorava e muito rápido ela vendo minha habilidade me entregava bolos para decorar. Começou assim, já são quase 20 anos.
Sua equipe?
R: Tenho quatro pessoas para auxiliar nos recheios, em alguns acabamentos, limpezas, essas coisas, mas para a decoração apenas eu e meu esposo que fazemos essa parte. Eu dou um bolo pra ele e fico com outro, é sempre assim.
Antes disso, você trabalhava em outra área?
R: Eu trabalhei na Talentos, passei seis anos lá. Eu já fazia bolos, mas tinha medo de não conciliar. Dois meses depois eu comecei a trabalhar na Prefeitura. Passei um tempo até que veio a nova gestão e como todo mundo sabe, aqui as mudanças sempre acontece com o novo gestor e acabei saindo. Tem um dizer que quando uma janela se fecha Deus abre uma porta muito maior, essa saída da prefeitura foi determinante.
Foi quando você decidiu se organizar e percebeu que era possível sim montar seu negócio com a venda de bolos?
R: Sim, exatamente isso. Antes mesmo de sair, eu dei entrada em uma licença maternidade, esse período serviu como meu próprio estágio em casa, onde tive a visão de que realmente era possível. Acredito que a visão do empreendedor é essa, as dificuldades, como no meu caso a certeza que sairia da prefeitura, é na verdade uma oportunidade, só devemos saber aproveitar.
Com quase 20 anos nessa área quais foram – ou quais são – os maiores desafios?
R: Na verdade os desafios acontecem dia-a-dia. Seja na correria para honrar os compromissos, seja modelar o bolo conforme o pedido do cliente, que cada vez mais estão ousando, é sem dúvida um desafio imenso.
A Alyne Bolos é uma empresa, um micro empreendimento, mas no papel também é isso?
R: Sim, está tudo regularizado. Tem muitas vantagens, pra mim no caso, a questão do fornecimento, onde eu começo a ganhar nos abatimentos das empresas comprando direto, nesse aspecto é muito importante, agora, claro, tem as taxas que devem ser pagas e o cliente não conhece, não dá para aumentar o preço para não pesar tanto.
Como você lida com a concorrência?
R: Eu sempre digo que não quero ser melhor do que os outros, quero ser melhor do que eu era antes. Tem muita gente boa aqui, é até bom para que todas as pessoas sejam atendidas. Procuro sempre fazer meu trabalho bem feito, com qualidade, o reconhecimento assim como o sucesso são uma consequência disso.
Qual a dica para as pessoas que querem montar o seu negócio, seja nessa área ou em outra?
R: O importante é você primeiro acreditar em você mesmo. Estar ciente de que terá muitas dificuldades, mas tem que continuar. Aprenda com as dificuldades, se hoje não dar, continue, é só ter coragem. Outra coisa essencial, seja em qual área você pretende montar seu negócio, é você gostar daquilo que faz.
Sobre a crise. Você a sentiu, afetou de alguma forma a Alyne Bolos?
R: Na verdade eu não senti, sempre as pessoas se esforçam para ter essas lembranças, seja em aniversários ou em casamentos. É claro que percebi alguns clientes diminuírem a colocação de alguns produtos para deixar o bolo mais em conta, pediam para fazer um pouco menor, pra aliviar o preço, mas nunca deixam de fazer.
Você está sempre se capacitando?
R: Sim, estou sempre preocupada com isso. Amanhã mesmo estou indo a São Luís para um treinamento. Já fiz cursos em Teresina, São Paulo, Fortaleza. As coisas mudam muito rapidamente e o empreendedor precisa estar atualizado, estudando, atendo às mudanças e novidades.
A parte financeira, quando uma empresa envolve família, é comum ter um caixa desorganizado, como foi esse processo com a Alyne Bolos?
R: No início teve mesmo essa mistura, mas agora tenho um controle. Antes não tinha noção do que entrava e saía. Depois que organizei a empresa eu senti essa necessidade de me comportar como empresa. É importante porque tem sempre condições concretas do que pode não fazer.
Quais os planos para o futuro. Pensa em expandir a Alyne Bolos ou montar outro negócio?
R: Estou pensando em algumas coisas. Uma delas seria abrir um local de festas, aqui do lado da minha casa. Aqui a gente ver sempre locais com piscinas e só. Minha ideia é disponibilizar um loca coberto, já com cadeiras, todo climatizado. Estamos ainda avaliando direitinho.
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